
Os textos que hoje apresentamos foram sendo escritos e divulgados ao longo desta década de 90. Publicados inicialmente na revista TVeja e posteriormente no Jornal de Angola, Correio da Semana e em O Chá, boletim cultural da Associação Chá de Caxinde, a intenção foi sempre a de contribuir para a divulgação da dança enquanto forma de arte, bem como o conhecimento de algumas das suas figuras, que através dos tempos foram constituindo a sua história.
Existindo a dança em diversas vertentes e opções, possuindo ela diferentes formas e funções, íamos seleccionando assuntos e personagens que nos pareciam ser dos mais significativos para a abordagem de tão vasto tema.
Tendo optado por iniciar pela época mais moderna, era nosso objectivo remontar depois aos tempos mais recuados da história da dança. Não se tendo entretanto concretizado este propósito inicial, decidimos fazer a presente compilação com os textos já existentes, para uma divulgação mais alargada, uma vez que em Angola, infelizmente, muito pouco ou praticamente nada existe sobre esta matéria em termos de bibliografia, filmografia ou qualquer outro suporte.
Cinco textos referentes a cinco temporadas da Companhia de Dança Contemporânea foram aqui incluídos, já que nos parecem ser um indício de como a dança pode intervir num dado contexto social.
Pondo de lado a pretensão de aqui nos estrearmos na arte das palavras e sem o intuito de fazer uma reconstituição cronológica (ou de qualquer outra espécie) da história da dança, apenas nos atrevemos a este "passo", com o único e sincero desejo de partilhar com todos os interessados, alguns dados informativos e opiniões sobre esta linguagem, que há anos se vem preparando para ser a arte do século XXI.
Author | Ana Rita Guerra Marques |
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Publisher | Chá de Caxinde |
Edition no. | 1 |
Year of publication | 1999 |
Page numbers | 71 |
Format | Livro capa mole |
Language | Portuguese |
ISBN | n.a. |
Country of Origin | Angola |
Dimension [cm] | 21 x 13,8 x 0,5 |
About the Author | Ana Clara Guerra Marques Inicia os seus estudos em dança clássica com Maria Helena Coelho na academia de Bailado de Luanda em 1970, aos 8 anos de idade. Em 1978 conclui o 1º curso de instrutores de Dança, altura em que, embora muito jovem, o Ministério da Cultura lhe confia a direcção da única Escola de Dança existente no país. Tendo à sua responsabilidade tão importante tarefa que desenvolve a par da docência, eleva e defende com perseverança o destino da dança como linguagem artística em Angola, quer pela sua prática como bailarina e coreógrafa, quer através de palestras, conferências e workshops que orienta. Tendo frequentando diversos estágios e seminários no exterior do país e participado em festivais e tournées internacionais conclui em 1990 o Curso Superior de Dança na especialidade de Pedagogia na Escola Superior de Dança de Lisboa. Porém, é ainda em 1983 que inicia a sua actividade como bailarina, sendo também desta altura as suas primeiras criações. Corpusnágua; Solidão; 1 Morto e os Vivos e 5 Estátuas para Masongi, são algumas das performances efectuadas em espaços não convencionais que marcam o seu trabalho conjunto com alguns dos mais reconhecidos escritores, pintores e escultores angolanos. Possuidora de um forte espírito de observação e de crítica perspicaze e pessoal do mundo e da vida, Ana Cara transporta para as suas obras a sua personalidade, permitindo assim uma leitura e afirmação de um estilo próprio como se denota nos espectáculos que concebe e dirige, entre os quais: A Propósito de Lueji; Mea Culpa; Imagem e Movimento; Palmas; Por Favor! Neste País uma Frase Qualquer...e Outras (Frases); Agora não Dá! ‘Tou a Bumbar... Em 1992 funda a primeira Companhia de Dança profissional, o Conjunto Experimental de Dança, hoje designada e conhecida entre o público como Companhia de Dança Contemporânea. Em 1995 é-lhe atribuído o prémio “Identidade” pela UNAC. Não se desligando da sua actividade docente, partilha presentemente com mais de 70 alunaos de diversas instituições os seus conhecimentos, insistindo assim na importância e necessidade do ensino da dança em Angola. Paralelamente, continua a desenvolver o seu projecto de pesquisa e estudo das danças tradicionais angolanas existentes e em vias de extinção, para a posterior sistematização de uma técnica, visando a consolidação da vertente contemporânea da dança angolana. Alguns elementos recolhidos e estudados têm sido já utilizados nas suas criações coreográficas. |
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